Usina nuclear tem radiação mil vezes acima do padrão após tremor

Usina nuclear tem radiação mil vezes acima do padrão após tremor

Premiê pede para população manter distância de usina de Fukushima. Naoto Kan também teria admitido risco de vazamento nuclear, diz agência.

13 de março de 2011

Um nível de radioatividade mil vezes superior ao normal é detectado em uma usina nuclear do nordeste do Japão, após o terremoto que abalou o país na sexta-feira (11/03/2011), informou neste sábado [no horário local] a agência Kyodo, citando uma comissão de segurança.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, pediu à população que observe um raio de 10 km de isolamento em torno da central nuclear de Fukushima, e admitiu o risco de vazamento nuclear, segundo a agência Jiji Press.

Uma segunda usina nuclear japonesa, situada na prefeitura de Fukushima, também apresentou problemas de refrigeração após o terremoto que abalou o nordeste do Japão, informou a imprensa japonesa.

Na sexta-feira, autoridades japonesas informaram à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que nenhum vazamento radioativo foi detectado nas centrais nucleares da região afetada pelo terremoto.

O governo japonês havia declarado emergência atômica e decretou um primeiro raio de isolamento, de 3 km, em torno de Fukushima.

O ministro do Comércio Banri Kaieda admitiu que um reator apresentava excesso de pressão após danos em seu sistema de resfriamento provocados pelo terremoto de 8,9 graus que sacudiu o arquipélago.

"A pressão aumentou no contêiner do reator e estamos tentando lidar com isso", disse um porta-voz da Tokyo Electric Power Co., que opera a usina. A pressão que está se formando na usina deve ser liberada em breve, o que pode causar vazamento de radiação, segundo as autoridades.

O ministro admitiu que há a possibilidade de que materia radioativo se espalhe pelo ar, "mas em uma quantidade mínima".

A Força Aérea americana enviou um líquido de resfriamento para a usina nuclear japonesa e a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmou mais cedo que a ação foi tomada depois de operadores da usina terem afirmado que a instalação não tinha líquido suficiente.

Pelo menos 45 países --inclusive China e EUA-- já ofereceram ajuda ao Japão nas tarefas de busca e resgate de vítimas.

"Trata-se provavelmente de uma operação humanitária de proporções épicas", escreveu em um comentário Sheila Smith, especialista em Japão da entidade norte-americana Conselho de Relações Exteriores.